ONG CIDADES SEM FOME

OCSF 2025 (1)

Acreditamos que a agricultura urbana pode transformar cidades e vidas. Por meio da implantação de nossas hortas urbanas, não apenas geramos trabalho e renda, mas também incentivamos a produção sustentÔvel de alimentos em meio ao espaço urbano. Nossos métodos não utilizam defensivos e agrotóxicos químicos, apenas insumos naturais e biológicos, garantindo alimentos mais saudÔveis para quem planta e consome. Aplicamos a técnica de rotação de culturas para preservar os nutrientes do solo, evitando impactos ambientais e garantindo uma produção contínua e equilibrada.

AlĆ©m de contribuir para a preservação ambiental, nossas hortas promovem um modelo de produção e consumo local, reduzindo significativamente as emissƵes de COā‚‚ associadas ao transporte de alimentos. TambĆ©m utilizamos sistemas eficientes de captação e armazenamento de Ć”gua da chuva em cisternas e poƧos superficiais, reduzindo em 91% os custos com irrigação. Assim, garantimos alimentos frescos a preƧos justos, melhoramos a seguranƧa alimentar das comunidades e oferecemos uma alternativa viĆ”vel para combater a fome e o desemprego.

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Desde 2021, o aumento da fome no Brasil se agravou com a pandemia e com o enfraquecimento de polĆ­ticas pĆŗblicas voltadas para a agricultura familiar e a produção de alimentos em espaƧos urbanos. Segundo a FAO, entre 2018 e 2021, cerca de 23,5% da população brasileira passou fome ou precisou reduzir a quantidade e qualidade dos alimentos consumidos. Em SĆ£o Paulo, quase um milhĆ£o de pessoas vivem em situação de inseguranƧa alimentar, sendo a Zona Leste uma das regiƵes mais afetadas. Com 3,3 milhƵes de habitantes, essa Ć”rea concentra o maior Ć­ndice de desemprego da cidade e apresenta um dos mais baixos ƍndices de Desenvolvimento Humano (IDH).

A população da Zona Leste é formada, em grande parte, por migrantes do Nordeste que vieram em busca de oportunidades, mas que, diante da escassez de empregos, acabam dependendo de serviços temporÔrios e de baixa qualificação, como diaristas, faxineiras, lavadores de carro e ajudantes de pedreiro. Além disso, a região abriga um grande número de refugiados sírios, venezuelanos e haitianos, muitos dos quais vivem em condições extremamente precÔrias. Para muitas dessas famílias, a distribuição de cestas bÔsicas pelo poder público é a única fonte de alimentação.

Diante desse cenÔrio, nosso projeto busca oferecer soluções sustentÔveis e duradouras. Com a criação de hortas urbanas em Ôreas disponíveis e subutilizadas, promovemos a geração de renda e o fortalecimento da agricultura como alternativa econÓmica viÔvel. Nosso objetivo é transformar essas hortas em negócios sociais, onde desempregados, pessoas em situação de rua, mães solo, idosos, refugiados, pessoas com deficiência e indivíduos em recuperação de dependências químicas possam encontrar uma nova oportunidade de sustento e inclusão social.

As hortas urbanas são uma resposta direta à insegurança alimentar. Ao garantir acesso a alimentos frescos e ricos em nutrientes, melhoramos a qualidade de vida das famílias participantes. Além disso, possibilitamos que os beneficiados reduzam drasticamente seus gastos com alimentação: enquanto a maioria das famílias vulnerÔveis chega a gastar entre 50% e 60% da renda com comida, aqueles que participam do projeto podem reduzir essa despesa para 20% a 30%, liberando recursos para outras necessidades essenciais.

Superar a fome e o desemprego com sustentabilidade ambiental e econÓmica nas grandes cidades é um dos maiores desafios da atualidade. Reaproveitar espaços urbanos para o cultivo de alimentos não apenas fortalece a segurança alimentar, mas também resgata a vocação agrícola de muitas Ôreas periféricas. A proximidade das hortas com os centros consumidores aumenta seu potencial de crescimento e geração de empregos sustentÔveis a custos acessíveis.

Além dos impactos econÓmicos e sociais, as hortas urbanas também melhoram a qualidade de vida nas cidades. Áreas verdes valorizam o espaço urbano, contribuem para a regulação do microclima, preservam a biodiversidade e promovem uma alimentação mais diversificada e saudÔvel. O cultivo de plantas medicinais reforça o papel curativo da agricultura urbana, proporcionando benefícios para a saúde das comunidades.

Entre tantas possibilidades, a agricultura urbana se consolida como um caminho essencial para a sustentabilidade das cidades. Acreditamos que, ao transformar terrenos ociosos em fontes de vida, podemos construir um futuro mais justo, sustentƔvel e inclusivo para todos.